São Pio X, os milagres de Lourdes e a prudência

São Pio X já agia com prudência em relação a milagres que, hoje, não temos a menor dúvida que são verdadeiros. Lourdes talvez seja, na modesta opinião de quem vos escreve, as aparições mais importantes da Virgem Santíssima depois de Fátima.
O que pensar então de supostos milagres surgidos no seio de uma missa bastarda, da qual Msr. Lefebvre dizia que deveríamos nos afastar?

"[São] Pio X deu prova de prudência e determinação ao mesmo tempo. Em 1904, o cinquentenário da proclamação do dogma da Imaculada Conceição foi motivo de uma peregrinação de médicos católicos a Roma. O artífice dessa peregrinação foi o Dr. Feron-Vrau, grande figura do catolicismo social em Lillle. O Dr. Boissarie se associou a preparação da peregrinação, de que participaram cerca de duzentos médicos da Sociedade São Lucas, em sua maioria franceses, mas também belgas e luxemburgueses. A peregrinação, dirigida por Mons. Schoepfer, bispo de Tarbes, foi recebida em audiência pelo Papa em 12 de abril de 1904. [São] Pio X pensara inicialmente em rememorar algumas curas ocorridas em Lourdes, mas por fim desistiu da idéia, porque não tinham sido reconhecidas canonicamente. Ele não quis parecer alguém que usa a própria autoridade para justificar fatos que só tinham sido considerados excepcionais pelas autoridades médicas. Pouco depois, ao receber o Dr. Boissarie em audiência privada, vai mostrar-se prudente: "A palavra milagre não deve ser pronunciada irrefletidamente, dirá ele, pois vivemos numa época em que, mais que nunca, pode-se evocar a sugestão..." Ele estabelecerá também numa distinção destinada a se tornar clássica no processo de reconhecimento médico das curas: ele propunha que se distinguisse "de um lado, as feridas, as reconstituições de tecido e, de outro, os problemas funcionais e nervosos...""

Fonte: Chiron, Yves : Os milagres de Lourdes

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