Coerência?

Hoje eu recebi um e-mail com este texto:
 
"A Igreja conciliar e neomodernista não é portanto nem uma Igreja substancialmente diferente da Igreja Católica nem absolutamente idêntica; ela tem misteriosamente algo de um e de outra: é um corpo estranho que ocupa a Igreja Católica. É preciso distingui-las sem separá-las."

Por ventura, o que foi dito acima parece com o que foi dito abaixo?

"80. Mas falar de uma Neo-igreja não seria perigoso para a fé de alguém?
Isso não é perigoso, é necessário porque é a realidade! 
“É uma nova Igreja que se ergueu (...) eles são obcecados pela fidelidade ao Vaticano II que, para eles, é uma nova Igreja, é a Igreja Conciliar com seus próprios sacramentos, sua própria fé, sua própria liturgia, catecismos, isso tudo é aterrorizante, aterrorizante. Nós não podemos nos submeter a isso, é impossível! (...) Então, o que eu deveria pedir? Pedir aos seminaristas para fazer um juramento de submissão à Igreja Conciliar? Isso não é possível. Não, não, está claro agora que nós estamos lidando com uma Neo-igreja, UMA IGREJA QUE TEM DOZE ANOS” (Cospec 33B, 1976).
 
81. Hoje, a Igreja Conciliar tem cinquenta anos. Nada mudou desde então?
Sim, uma coisa mudou. Hoje, Mons. Fellay, o superior da Fraternidade fundada por Mons. Lefebvre, pretende fazer os fiéis católicos acreditarem que essa IGREJA CONCILIAR DE CINQUENTA ANOS É A MESMA REALIDADE QUE A IGREJA CATÓLICA, pois a primeira seria uma corrupção desta última.

82. Isso é inaceitável para você?
Não só para mim. É inaceitável por si próprio. Da mesma forma que isso era inaceitável para qualquer um que assistiu as sagrações de 1988 e que aplaudiu o anátema que Mons. Lefebvre lançou contra o espírito conciliar: “O que é essa verdade para eles, senão a verdade do Vaticano II, a verdade da Igreja Conciliar? Consequentemente, está claro que a única verdade que existe hoje para o Vaticano é a verdade conciliar, o espírito do Concílio, o espírito de Assis. Esta é a verdade de hoje. Mas nós não queremos ter nada a ver com isso, por nada no mundo! Por nada no mundo!” (Seguiram-se aplausos longos e tonitruantes) (Mons. Lefebvre, 30/06/1988)."
 
Não parece. São coisas opostas. Não sou teólogo, mas suficiente escaldado para saber que isso não é coerente.

Em tempo, os 3 itens citados fazem parte de um artigo chamado, eu diria hoje ironicamente, de "Catecismo da Crise na Fraternidade" e ataca a postura de Dom Fellay em relação a seríssima crise de fé que passamos.

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