Defender a personalidade a qualquer custo.

Comento brevemente os esclarecimentos assinados por Dom Tomás. De fato estão esclarecendo alguma coisa? Defende-se a personalidade, pois afinal de contas, como Dom Tomás mesmo disse: "Um bispo é um bispo."

Diz Dom Tomás:

"No Catecismo de São Pio X está dito que somente a Santa Igreja Católica recebeu o carisma de fazer milagres. Isto nunca será dado por Deus às falsas religiões porque Deus nunca favorecerá o erro, caso contrário Ele não seria Deus.
Pergunta-se então como pode-se conceber um milagre numa Missa Nova ou mesmo entre pessoas que não são católicas? Isto é possível? Se for para a conversão destas pessoas não há nenhum impedimento. Os milagres são realizados por Deus para confirmar a verdade e assim fazendo conduzir as almas a Deus, ou seja, à Igreja Católica pois a Igreja Católica é a reunião das almas que estão unidas a Deus aqui na terra, no Purgatório e no Céu."

Fico feliz Dom Tomás, por Vossa Excelência considerar o catecismo como fonte segura da verdade. Vale lembrar que a qualquer católico, para a sua salvação, é necessário que saiba o catecismo. Não é necessário que sejamos doutores em teologia ou filosofia, mas tenhamos o belo senso comum católico sobre as coisas deixadas por Deus a sua Santa Igreja. Coisas Santas sabiamente disponibilizadas em nossos catecismos. Foi assim que aprendi, mesmo quando estava no modernismo. Digo isso porque recentemente tivemos notícia que, até colocar em dúvida o que está escrito no catecismo, está sendo permitido para justificar o injustificável: Os dizeres de Dom Williamson sobre o milagre na missa nova. Vale lembrar que, Dom Marcel Lefebvre já dizia que qualquer menino de 5 anos, com seu catecismo, pode questionar um bispo. Espero que assim permaneça. Ou pelo menos, eu e os fiéis orientados por Padre Cardozo permaneceremos assim.
Brilhatemente Vossa Excelência prossegue dizendo que os milagres são para a conversão das almas. Fato novo. Até então, os defensores de Dom Williamson e do suposto milagre, ou provável prodígio, diziam que Deus poderia sim fazer o milagre na missa nova, deixando os pobres incautos, que se enganam pensando ser católico a missa protestantizada da falsa religião, permanecerem no erro modernista. Ora, um milagre que acontece e permite que o fiel permaneça no meio da mais grave de todas as heresias atende às condições estabelecidas acima? Claro que não. Padre Cerruti deixa bem claro isso. Mas enfim Dom Tomás, deixo uma dúvida bem clara, para ser respondida sem delongas, aquelas do tipo SIM, SIM, NÃO, NÃO: Em Buenos Aires houve milagre eucarístico?

Continua Dom Tomás:

"Se houve milagre eucarístico na Nova Missa foi para a conversão dos que o presenciaram ou que tiveram notícia dele. Que seja certo que tenha havido milagre ou não, isto não pertence às verdades nas quais temos que crer para nos salvar. Que seja possível um milagre eucarístico, caso tenha havido consagração, é uma afirmação que pode ser defendida sem incorrer a nota de heresia. Se alguém não crer nesse milagre ou se ele achar inconveniente que ele tenha ocorrido numa Missa Nova, ele não incorre em nenhuma reprovação do ponto de vista da fé católica. A questão de saber se houve realmente milagre ou não houve é uma questão aberta. Quem se interessar por ela que procure as provas que demonstram a realidade ou a impostura deste “milagre”. Mas afirmar que uma hóstia consagrada e profanada não possa sangrar para a conversão dos padres e dos fiéis afim de que eles abandonem o modernismo e venham para a Tradição não parece sensato."

Continuamos de acordo Dom Tomás. O suposto milagre, ou provável prodígio, não é questão de fé obrigatória para a salvação de nossas almas. Mas Vossa Excelência deixa duas dúvidas no ar. Primeiro, por que Dom Williamson insiste tanto em defender o suposto milagre, ou provável prodígio? Ele mesmo diz no fatídico Comentário Eleison que nós precisamos conformar as nossas mentes a vontade de Deus, numa demonstração bastante clara de que aquele milagre ali é fato consumado. Pois bem, onde está o magistério da Igreja para afirmar que aquele fato foi milagre? Recebi comentários de quem defende Dom Williamson alegando que ele foi imprudente ao afirmar que em Buenos Aires houve milagre. Tomei conhecimento que os Dominicanos, ou pelo menos de um padre dominicano dizer que não se deve falar desses milagres, que na situação atual da Igreja é muito difícil que tenha ocorrido um milagre lá. Ainda dentro desta dúvida, Dom Williamson tem jurisdição para afirmar que em Buenos Aires houve milagre? Dom Lefebvre dizia e Vossa Excelência mesmo disse na sagração de Monsenhor Faure que os bispos sagrados sem a autorização de Roma estão aqui para ministrar os sacramentos e confirmar os fiéis na fé. Nada mais além disso. Defender milagre em Buenos Aires, em um paróquia modernista acaso é confirmar os fiéis na fé? Não me parece coerente isso Dom Tomás. Sinceramente, não me parece. Além disso como já disse anteriormente, levanto novamente a questão: Quem abandonou o modernismo com o suposto milagre, ou provável prodígio? Deixaram de ser modernistas por ventura? Alguma mínima repulsa ao modernismo conciliar naquela paróquia? Santo Afonso de Ligório nos alerta que Deus abandona a alma obstinada no pecado. Será que não seria essa a realidade espiritual de muitos que andam engolindo a heresia modernista? Será um erro pensar assim? “Porque sua ira está tão pronta como sua misericórdia; e sua cólera fita os pecadores” (Ecl 5,7)

Dom Tomás continua:

"Uma árvore boa não pode dar maus frutos, nem uma árvore má pode dar frutos bons. Isto é de fé, pois é Nosso Senhor Ele mesmo que o afirma. Isto é o bom senso mesmo, pois um espinheiro não pode dar os frutos que só a figueira pode dar.
Logo, devemos concluir que nenhum bem poderá haver entre os infiéis, os protestantes e os modernistas? A questão não é tão simples assim. Santo Tomás diz que a árvore má é a vontade perversa e portanto devemos concluir que nada de bom pode sair da vontade perversa do demônio e dos que entregaram sua alma a ele. Nada de bom podia sair da inveja de Caim contra Abel. Nada de bom podia sair do ódio e da incredulidade dos fariseus contra Nosso Senhor. No entanto nem todo aquele que está na Igreja Conciliar vive do ódio, da inveja e da incredulidade. Alguns ainda querem se confessar, rezar e melhorar. Há ainda, provavelmente, árvores boas entre os progressistas, apesar do Progressismo; almas que estão lá mas não são de lá. As almas são ora movidas pelo espírito bom (do qual não pode proceder nenhum fruto mal), ora pelo espírito mal (do qual nenhum fruto bom pode proceder). Mas talvez nos perguntem. E da Nova Missa? E dos novos Sacramentos? Pode sair frutos bons destas árvores ruins? A resposta não é simples. É preciso distinguir entre o rito e o sacramento. Nós costumamos completar o rito do Batismo porque ele foi mutilado. Mas não refazemos o Batismo pois se ele foi válido, ele não pode ser dado novamente sem grave ofensa à Deus. Logo, o Batismo, mesmo entre os progressistas tem algo bom e muito bom, que é o fato de apagar o Pecado Original e nos tornar filhos de Deus, templos da Santíssima Trindade e algo mal que é a omissão dos exorcismos presentes no rito antigo. O mesmo se diga da Missa Nova. Dom Lefebvre e Dom Antônio de Castro Mayer pensavam que ela podia ser válida quando todas as condições necessárias para isto estivessem reunidas. Mas nem por isso eles deixaram de condená-la porque a Missa Nova conduz à heresia por causa do seu rito. Rito ruim, sacramento bom, quando há sacramento."

Concordamos novamente Dom Tomás, a árvore má não dá bons frutos. E foi isso que Dom Williamson disse? Não, ele disse o seguinte: "… a árvore metade boa, metade má, pode dar frutos metade bons, metade maus" (Eleison 385). Alguma semelhança Dom Tomás? Agora somos nós acusados de reinterpretar a sagradas letras. O que Dom Williamson fez? Uma nova parábola? Mas então vou usar do mesmo exemplo dos sacramentos e dos ritos. Vossa Excelência diferenciou os sacramentos do rito. Sacramentos bons, rito ruim. E os ortodoxos? Sacramentos bons? Sim, provavelmente. Padres que podem ser validamente ordenados, acreditam na transubstanciação, enfim, condições necessários para um sacramento válido. Frutos bons? Vamos agora ao rito. Liturgia de São João Crisóstomo. Desculpem-me se estiver enganado, mas parece que os ortodoxos cismáticos ainda guardam esta maravilha de liturgia. Enfim, árvore boa? Frutos bons? Pois bem, porque não podemos frequentar uma missa ortodoxa? Não podemos ir Dom Tomás. Eu não posso frequentar uma missa ortodoxa. E porque então insistimos em procurar "bons frutos" na missa nova? Será que existem mesmo? Quantos sacramentos lá são válidos? Confissões comunitárias? Missas sacrílegas. Quem engana essa gente é o demônio. Duro de dizer, mas é a realidade. Rezemos para saiam de lá. Rezemos. Agora porque devo concordar que um bispo que se diz tradicional, diga que se um fiel nutrir sua fé na missa nova, que fique por lá. A árvore má é a vontade perversa como Vossa Excelência mesmo cita São Tomás de Aquino. A missa nova possui uma vontade perversa. Vontade de destruir a fé católica. Monsenhor Lefebvre dizia que a missa nova é intrisicamente má. Sabemos muito bem disso. Então como poderemos esperar que as pessoas nutram sua fé lá? Dom Tomás, fazem muitos anos que o Sr. não frequenta uma missa nova. Sei disso. Saia do mosteiro um dia, escolha uma paróquia de Nova Friburgo e faça uma pequena entrevista com alguns fiéis. Coisas básicas de catecismo. Pergunte se o inferno existe. O que é a Santa Missa. Sobre a modéstia. Como andam as confissões. Digo a Vossa Excelência, vá disposto a voltar horrorizado.

Vou deixar aqui alguns exemplos dos "bons frutos" da missa nova, missa essa que Dom Williamson diz ser capaz de alimentar a nossa fé. Exemplo de missas comuns nas paróquias do Brasil afora. Não é muito difícil achar aberrações muito piores.

Uma missa comum nas paróquias brasileiras:


Mais uma missa comum nas paróquias brasileiras:


Missa no Santuário Nacional de Nossa Senhora Aparecida:


E pra terminar Dom Tomás, deixo as seguintes perguntas a serem objetivamente respondidas: 

1 - Dom Williamson disse que é possível nutrir a fé na missa nova. Sim ou não?

2 - Julga-se que em virtude da validade da missa nova, poderia frequentá-la. Sim ou não?

3 - A árvore má pode dar frutos mais ou menos bons? Sim ou não?

4 - Em Buenos Aires houve milagre eucarístico? Sim ou não?

Essas dúvidas sim precisam ser esclarecidas. Sua benção.

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