Como consequência dos acontecimentos da visita de João Paulo II à Sinagoga e ao Congresso das Religiões em Assis.
Roma nos mandou perguntar se tínhamos a intenção de proclamar nossa ruptura com o Vaticano por ocasião do Congresso de Assis. Parece-nos que a pergunta deveria, antes, ser esta: o sr. acredita e tem a intenção de declarar que o Congresso de Assis consuma a ruptura das Autoridades Romanas com a Igreja Católica? Porque é precisamente isto que preocupa àqueles que ainda permanecem católicos. Com efeito, é bastante evidente que, desde o Concílio Vaticano II, o Papa e os Episcopados se afastam, de maneira cada vez mais nítida, de seus predecessores. Tudo aquilo que foi posto em prática pela Igreja para defender a Fé nos séculos passados, e tudo o que foi realizado pelos missionários para difundi-la, até o martírio inclusive, é considerado doravante como uma falta da qual a Igreja deveria se acusar e pedir perdão. (nota: os dois bispos não podiam imaginar a avalanche de pedidos de perdão que viria, anos mais tarde, humilhar a Santa Igreja).
A atitude
dos onze Papas que, desde 1789 até 1968, em documentos oficiais, condenaram a
Revolução liberal, é considerada hoje como "uma falta de compreensão do
sopro cristão que inspirou a Revolução". Donde, a reviravolta completa de
Roma, desde o Concílio Vaticano II, que nos faz repetir as palavras de Nosso
Senhor àqueles que O vinham prender: "Haec est hora vestra et potestas
tenebrarum – Esta é a vossa hora e o poder das trevas". (Lc. 22, 52-63) Adotando
a religião liberal do protestantismo e da Revolução, os princípios naturalistas
de J.J. Rousseau, as liberdades ateias da Constituição dos Direitos do Homem, o
princípio da dignidade humana já sem relação com a verdade e a dignidade moral,
– as Autoridades Romanas voltam as
costas a seus predecessores e rompem com a Igreja Católica, e põem-se a serviço
dos que destroem a Cristandade e o Reinado Universal de Nosso Senhor Jesus
Cristo.
Os recentes atos de João Paulo II e dos Episcopados nacionais ilustram, de ano para ano, esta mudança radical de concepção da fé, da Igreja, do Sacerdócio, do mundo, da salvação pela graça. O cúmulo desta ruptura com o magistério anterior da Igreja, depois da visita à Sinagoga, se realizou em Assis. O pecado público contra a unicidade de Deus, contra o Verbo Encarnado e Sua Igreja faz-nos estremecer de horror: João Paulo II encorajando as falsas religiões a rezar a seus falsos deuses: escândalo sem medida e sem precedente. Poderíamos retomar aqui nossa Declaração de 21 de novembro de 1974, que permanece mais atual que nunca.
Quanto a nós, permanecendo indefectivelmente na adesão à Igreja Católica e Romana de sempre, somos obrigados a verificar que esta religião modernista e liberal da Roma moderna e conciliar se afasta cada vez mais de nós, que professamos a Fé católica dos onze Papas que condenaram esta falsa religião. A ruptura, portanto, não vem de nós, mas de Paulo VI e de João Paulo II, que rompem com seus predecessores. Esta negação de todo o passado da Igreja por estes dois Papas e pelos Bispos que os imitam é uma impiedade inconcebível e uma humilhação insuportável para aqueles que continuam católicos na fidelidade a vinte séculos de profissão da mesma Fé. Por isso, consideramos como nulo tudo o que foi inspirado por este espírito de negação: todas as Reformas post-conciliares, e todos os atos de Roma realizados dentro desta impiedade.
Contamos com a graça de Deus e o sufrágio da Virgem Fiel, de todos os Mártires, de todos os Papas até o Concilio, de todos os Santos e Santas fundadores e fundadoras de Ordens contemplativas e missionárias, para que venham em nosso auxilio na renovação da Igreja pela fidelidade integral à Tradição.
Buenos Aires, 2 de dezembro de 1986
+ Marcel Lefebvre
Arcebispo-Bispo emérito de Tulle
+ Antônio de Castro Mayer
Bispo emérito de Campos
que concorda plenamente com a presente declaração e a faz sua.
Fonte: http://www.permanencia.org.br/drupal/node/2808
e
http://cumexapostolatusofficio.blogspot.com.br/2008/12/citaes-de-dom-lefebvre-e-dom-mayer.html
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